Fernando Bacelar_ tentando definir DS

Fernando Bacelar_ tentando definir DS

por Deleted user -
Number of replies: 10

Tentando definir Digital Storytelling (DS)...

Diria que DS é uma forma de contar histórias na Web. Isto implica a definição, exploração e investigação de um tema de interesse, elaboração de um script e um um storyboard, que permite construir um objeto digital a que chama "narrativa digital". Esta narrativa digital idealmente será um vídeo curto, com elementos multimédia (interativos) ou não, com princípio meio e fim. Também podemos dizer que deverá incluir um problema, uma solução e posterior resolução, dentro dos cânones clássicos da tradição de contar histórias.

Reparem que usei "na Web", para situar o DS na atualidade e porque acho que é o seu contexto impulsionador. Tanto o impulso ocasionado pelas ferramentas livres de construção, a multitude de conteúdos livres OER, e as possibilidades de difusão e partilha das narrativas digitais criadas.

Cumprimentos, Fernando Bacelar

 

In reply to Deleted user

Re: Fernando Bacelar_ tentando definir DS

por Deleted user -

Olá, Fernando.

Não posso deixar de contar uma história. O meu primeiro contato com o Digital Storytelling (DST) foi, sorte a minha, através de uma conferência na qual foram apresentados vários projetos e o orador principal foi nada menos que Joe Lambert do StoryCenter (http://www.storycenter.org). Já faz anos, mas ainda me lembro muito bem do evento já que teve um grande impacto.

Foram na altura, apresentados projetos como por exemplo de uma instituição em Londres que utilizava o DST para trabalhar os projetos de vida (e sobretudo desenvolver projetos de vida) e circunstâncias de adolescentes em situações problemáticas. A disseminação da Internet não era ainda grande. O importante era que cada um dos adolescentes contasse a sua história, utilizando recursos á disposição (simples programas que encontramos em qualquer computador), e reflectindo sobre o caminho de vida percorrido. Não havia ainda a preocupação de utilizar 1001 apps e nem de colocar na net os resultados. O que era importante era a história em si e, claro, como efeito colateral ficar a conhecer algumas ferramentas simples.

Lembro-me também de o J. Lambert na altura dizer que um dos aspectos cruciais das histórias/narrações digitais é a utilização da voz do autor que deixa de ser somente o autor para passar a narrador com tudo o que isso implica. Mas estou a divagar ...

Deixo uma questão: Até que ponto estas "histórias de vida" são diferentes das histórias criadas para serem utilizadas em contexto de formação ou educação? 

[]s MJoão

 

 

In reply to Deleted user

Re: Fernando Bacelar_ tentando definir DS

por Deleted user -

Maria e Fernando, 

Adianto-me...e registro as minhas divagações acerca das impressões de Lambert ;) explicitadas pela João - "um dos aspectos cruciais das histórias/narrações digitais é a utilização da voz do autor que deixa de ser somente o autor para passar a narrador com tudo o que isso implica"; 

Acredito eu, que diante do conceito/técnica dos DS, Lambert chama a nossa atenção para a adoção de "alegorias" ou expansores cognitivos (a voz é um potencial recurso!), que podem potenciar a  transferência de convicções e emoções do autor/comunicador para o ouvinte e "prender a atenção", no sentido de se cumprir o intento comunicativo.

O narrador, na perspectiva dos DS, entrega-nos um pacote plus, diria!! ;)  

Nele podemos observar o rompimento com a lógica comunicativa linear e a ascensão de outra lógica, mediante uma narrativa em natureza digital e rica em elementos dinâmicos e atrativos, a promover a persuasão e a conduzir o ouvinte a uma imersão sinestésica, diria!! Aqui o estabelecimento da mais valia!! :D

Todas as histórias de vida têm o seu valor, contudo, um relato pessoal, se bem adornados, penso que alcançam mais e mais ouvintes...

 

In reply to Deleted user

Re: Fernando Bacelar_ tentando definir DS

por Deleted user -

Olá Maria João e Mariza.

É caso para dizer que o Barthes estava errado. Afinal, o autor está mais vivo que nunca...

Sem divagar, uma  questão importante é a da privacidade e preservação do espaço pessoal. Como resguardar esse espaço e ainda assim, conseguir ser autêntico e emotivo?

Como em tudo, dentro dos limites que o autor queira impor na criação de uma narrativa, o importante é que haja autenticidade na mensagem, nos objetivos e na construção do objeto digital, seja na formação e educação ou em contextos de libertação e valorização pessoal.

Também acredito que o DS não é um "milagre" pedagógico/sociológico e não se adapta a todas as situações e conteúdos.

Cumprimentos, Fernando Bacelar

In reply to Deleted user

Re: Fernando Bacelar_ tentando definir DS

por Deleted user -

Fernando,

O que me motivou a estar neste curso? Tenho muitas questões. Assim, não posso deixar passar esta oportunidade única de ter o Fernando no curso e pergunto:

Qual a relação entre Gamification e Digital Storytelling?

Ter conhecimentos na área da gamificação ajuda no momento de criar uma narrativa digital? Quais os elementos característicos dos jogos que podem ser utilizados nas narrativas digitais, isto sempre pensado no contexto educacional?

Eu disse, tenho muitas questões ...

[]s MJoão

 

 

In reply to Deleted user

Re: Fernando Bacelar_ tentando definir DS

por Deleted user -

Olá Maria João, não posso responder com clareza ou com objetividade, mas deixo algumas observações pessoais e outras perguntas...

Obviamente os Jogos têm um Script, um enredo um "círculo mágico". Jogar é  entrar nessa narrativa interativa, desenhada por alguém mas (idealmente) livre e diferente de jogador para jogador.

Gamification de forma resumida, é o uso dos Elementos dos Jogos em situações que não são Jogos...

 E  quando referimos Jogos que (aparentemente) não têm um script como o tetris, ou velhinho "pong"?

Nesse caso usaria uma definição de McGonigal/Suits que diz que os Jogos são essencialmente um "conjunto desnecessário de obstáculos que voluntariamente queremos ultrapassar"...

A meu ver o que posiciona o DS(T) no seu campo específico é que este assume uma visão de valorização e afirmação pessoal...

Também, me parece que o DS está orientado para experiências do passado e os Jogos para a experiência do presente (daí a importância de teorias como  "Flow" ou Feed-back)...

Até já, Fernando 

In reply to Deleted user

Re: Fernando Bacelar_ tentando definir DS

por Deleted user -

Boa noite, Fernando.

As minhas desculpas por somente agora retomar. A última semana foi terrível e as próximas não serão melhores.

A esta propósito encontrei esta apresentação que me pareceu interessante partilhar:

http://www.slideshare.net/ulghh/what-could-we-learn

Ainda tenho muito que aprender sobre esta temática. Como sempre, parece que gosto de complicar e cruzar dimensões, diferentes mas que, a determinado momento, se intersetam.

[]s MJoão

 

 

In reply to Deleted user

Re: Fernando Bacelar_ tentando definir DS

por Deleted user -

Olá Maria João! A Gamification pode ser um campo de estudo muito diverso, pode ser o objeto de análise/implementação de múltiplos cenários. E Gamificar a Gamification? (...)

Se tem muito interesse no cruzamento do storytelling/gamification, este livro é excelente: 

https://muse.jhu.edu/article/21385/summary (uma pequena recensão do "Hamlet on the Holodeck", da Janet Murray).

Até já, Fernando Bacelar

In reply to Deleted user

Re: Fernando Bacelar_ tentando definir DS

por Deleted user -

Olá, Fernando.

Obrigada pela dica. Muito interessante. Já pesquisei e o livro, em segunda-mão, é acessivel ( +- 10€) . 

[]s MJoão